segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Bate-boca, boicote e aprovações relâmpago marcam sessão na AL

João Pessoa - Clima de extrema tensão na Assembléia Legislativa da Paraíba, onde os parlamentares paraibanos realizaram na manhã desta segunda-feira (24) uma sessão extraordinária para votar uma série de projetos. A oposição, que ameaçava boicotar a sessão, foi ao encontro para criticar a bancada de situação, que foi acusada pela oposição de aprovar em “toque de caixa” uma série de projetos com o objetivo único de inviabilizar o futuro Governo José Maranhão.
O primeiro opositor a usar a tribuna foi o petista Jeová Campos, que disse que os projetos discutidos na oportunidade eram de competência exclusiva do governador, e que Cássio não tinha mais legitimidade para isto. Entre os itens da pauta estavam três Planos de Cargo, Carreira e Remuneração, a Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado e o veto total do governador ao projeto de lei nº 796/2008, que dispõe sobre “as diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária para o exercício de 2009".
A reação foi imediata e veio do deputado Ricardo Barbosa. Aos gritos, ele reclamou do petista e disse que os parlamentares tinham o direito soberano dado ao povo para discutir aquelas questões. Barbosa criticou ainda a “postura lamentável” de Jeová e pediu que ele não fugisse de suas atribuições legislativas.
O segundo parlamentar de oposição a reclamar da sessão foi o deputado estadual Gervásio Filho (PMDB), líder da oposição na Casa de Epitácio Pessoa. Ele culpou o presidente da Assembléia Legislativa, Arthur Cunha Lima (PSDB), de liderar o que chamou de manobra, classificada por ele como inconstitucional, e disse que só tomou conhecimento da convocação no final da tarde de domingo.
O bate-boca foi inevitável. Nervoso, Arthur rebateu as denúncias e inúmeras vezes ameaçou cortar o microfone do peemedebista. A forte discussão era acompanhada de vaias e aplausos dados por populares que lotavam as galerias do plenário.
Depois da discussão, a oposição se reuniu rapidamente e finalmente decidiu cumprir a promessa e boicotar a sessão extraordinária. Eles disseram que estavam se retirando do plenário por não reconhecer a constitucionalidade e a legitimidade da convocação.
Arthur criticou os opositores por deixar a sessão, mas lembrou que com 20 parlamentares ainda presentes no plenário, ela ainda tinha quórum. A partir daí as coisas foram rápidas. Em menos de uma hora a bancada de situação realizou em seqüência oito sessões extraordinárias relâmpago e aprovou toda a pauta proposta.

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