quarta-feira, 29 de junho de 2011

Escrever: Devagarinho e Sempre?


Ignácio Tavares

IGNÁCIO TAVARES*

Faz algum tempo que aos poucos estou reduzindo a produção dos meus escritos.  Não se trata de preguiça nem tampouco desinteresse pela nobre arte de escrever. Também não se trata de canseira, nem de o esgotamento dos temas que baseiam construção dos meus arrazoados. Os temas estão aí aos montes. Resta-me escolher qual deles me convém. As razões vão ficar bem clara  conforme o que  vou expor a seguir.
A vida é assim, quando surge uma nova paixão, com certeza, alguém é passado pra trás. Não pretendo chegar a esse ponto de abandonar meus escritos justo porque estou envolvido n’outras atividades tão apaixonante o quanto a arte de escrever.
Sempre pensei em sair de mansinho sem ninguém perceber. A saudosa amiga Cessa discordava veementemente dessa minha postura. Mas, ao refletir sobre o assunto sinto-me como se estivesse a parafusar alguma coisa numa rosca sem fim. Não sei se definitivamente, um dia afastar-me-ei da minha preciosa máquina, nem tampouco dos meus textos.  Lá pra frente falarei sobre essa incomoda questão.
Se esse momento acontecer, com certeza, a minha modesta criatividade, como fazedor de textos, poderá passar por um crucial momento de hibernação.  O meu problema é mesmo o fantasma invisível chamado tempo. O meu tempo já não é tão disponível como gostaria que fosse. Repito: estou envolvido n’outras atividades que estão a exigir muito de mim.
Ademais preciso de algum espaço para usufruir de algumas regalias há tempo postergadas, mas, jamais esquecidas. Aposentei-me, mas, continuo prisioneiro dentro da minha própria casa. Preciso respirar outros ares alem das fronteiras do meu Estado ou mesmo do País. Ah, senhor tempo, você sempre foi uma pedra no meu caminho!
Na minha juventude usei, esbanjei, abusei do fator tempo sem me dar por conta de que um dia, cedo ou tarde, essa força invisível, ia-me ser mercadoria escassa. Isso aconteceu quando senti a necessidade de definir os meus  projetos de vida na busca de um futuro melhor. O tempo obrigou-me a pensar como gente grande.
Mesmo assim ainda hoje me penitencio por conta do tempo que joguei fora, nos ditos, bons momentos da minha vida. Não estava nem aí, por uma razão muito simples: vivia no mundo de ilusões. O futuro era coisa pra pensar depois, porque, viver intensamente o presente era o que me interessava. Para mim, o tempo resumia-se ao nascer e por do sol com um dia no meio e nada mais.
Esse tempo, que sempre ignorei na minha juventude, com o passar dos anos, obrigou-me a vê-lo,  com olhares diferentes, sobretudo preocupantes. Foi um forte sinal de que a sua força transformadora já estava a me atanazar. Paguei um preço alto por ignorar o tempo. Por exemplo, somente aos vinte e sete anos me foi possível concluir o segundo grau. Isso podia ter acontecido bem antes.
Preocupado, senti a necessidade de fazer ajustes na minha caminhada, a fim construir uma base existencial sobre a qual devia apoiar-me, a fim de construir o meu futuro. Foi a partir daí que comecei a entender que a minha relação vida/tempo estava à mercê de duas funções básicas: plantar e colher.
O tempo caminhava rápido. Não havia alternativa, por isso fui à luta e plantei o quanto pude plantar. Plantei a semente do saber na expectativa de colher saberes. Com efeito, a esta altura da minha vida estou a perguntar: como partilhar tanta coisa que colhi?
Entre tantas opções a primeira escolha foi a prestação de serviços gratuito àqueles que mais necessitam. É muito pouco o que estou a fazer, mas não deixa de ser um bom começo. Penso grande, porque os desafios são imensos. Mas, algo me conforta, pois se conseguirmos mudar, pra melhor, algumas dezenas de excluídos, com certeza somos vitoriosos.
Os meus escritos expressam de forma bem clara o que penso sobre a questão do bem servir. Nada de extraordinário. Hoje sou um apontador de caminhos. São caminhos que podem fazer rebrotar as esperanças perdidas, daqueles que não têm vez nem tampouco voz. Isto é, desde que haja um ambiente propicio para que as coisas aconteçam no momento e lugar apropriados.
Tento reanimar o homem, principalmente aquele que precisa entender que é possível, através do trabalho produtivo, bem remunerado, libertar-se da pobreza crônica. Essa questão me atormenta desde a minha juventude quando fui tocado ao entender a perversidade do paradoxo da pobreza em meio à abundância, em razão das formas desiguais de distribuição da riqueza, entre as diversas classes sociais.
Quem acompanha os meus textos sabe que o foco das minhas preocupações são os segmentos sociais de baixa renda, a envolver comunidades periféricas, bem como os pequenos e médios produtores rurais. Estes são as vitimas da pobreza, que vivem a mercê das políticas publicas de transferência de renda, entre outros penduricalhos travestidos de assistência sociais, coisas típicas de um ambiente de dominação política, na base do toma lá dá cá.
Pobres filhos de Eva. Se, são pobres no campo, acreditam que podem ser menos pobres na cidade. Nessa expectativa pagam muito caro quando muda de habitat ao sair do campo pra fixar residência na cidade.  Esta é a realização do sonho de todos que vivem no campo em condições de vida subumanas.
A partir desse infeliz momento transformam-se em criaturas sem presente, sem futuro, por conseguinte, sem legados para transferir para os filhos, a não ser a pobreza, que tem como conseqüência o desmantelamento da família, a marginalidade dos filhos, a prostituição, entre outros males típicos das sociedades egoístas, sobretudo injustas.
O resultado de tudo isso é decadência moral de boa parte das comunidades periféricas na maioria egressos do campo. Na maioria das vezes, o homem desencantado com a vida que leva na cidade, cai facilmente na malha da desonestidade em prejuízo  do o trabalho honesto e produtivo.
O saudoso político e escritor José Américo de Almeida costumava dizer que, quando os homens do poder começam a roubar lá em cima, os pequeninos, cá em baixo seguem o mesmo caminho. Assim sendo o ato de roubar passa ser uma espécie de autodefesa ou coisa corriqueira. Será que estamos a viver este momento? Conheço de perto essa estória. O meu sitio é um laboratório onde já constatei por inúmeras vezes fatos dessa natureza.
Vez por outra me sinto tentado a falar sobre questões dessa natureza. É a maneira mais simples de me libertar das dos demônios da indiferença. Confesso que me desviei um pouco do foco deste texto, por isso peço desculpas. Nas entrelinhas vocês vão entender um pouco mais do que estou a falar. Vamos agora retomar a  questão  fator tempo, à luz de atos e fatos. Vamos adiante...
O tempo na sua célere marcha impiedosa, nos trás alegria e tristeza. Recentemente, houve um  fato triste,   que foi a partida, para glória da eternidade, da amiga/irmão Cessa. Deixou-nos um vazio impreenchível. Tenho dito, de forma recorrente, que, sem ela, a vida cultural na cidade não será a mesma. Alguém falou: “ há pessoas que morrem, sequer uma só folha se move. Há outras,  que, ao morrer provocam uma verdadeira tempestade” Dispensa-se explicações.
A conseqüência da tempestade de saudades e sentimentos que ora vivemos, em razão da ausência de Cessa, é que o movimento cultural da terrinha quedou, como costumam falar  vizinhos de origem hispânica. Não sei dizer por quanto tempo esse quadro durará. Mas, de uma coisa temos certeza: o silencio da sua palavra, dos seus versos, dos seus escritos, do seu ardor pela cultura local, nos incomoda.
Nos nossos encontros ocasionais, conversávamos, de forma descontraída, sobre todas as coisas que nos vinham à cabeça, inclusive essas coisas que falei no intróito do texto. Bibia calmamente nos escutava, como bom ouvinte, porém sem muito participar. Cessa era quem dava o mote em torno do qual girava toda conversa.
Falávamos sobre fatos passados e presentes, sobre propostas de projetos para o futuro, entretanto nunca falamos sobre a possibilidade de encerrarmos nossos encontros pelas razões conhecidas. Pensávamos que a morte era uma possibilidade remota bem distante de nos acontecer, entretanto, infelizmente, nos aconteceu.   Morreu Cessa, numa escala diminuta, morremos nós.
Queria ver-me poeta, mesmo sem a mínima vocação para o exercício da poesia. Às vezes externava-lhe o meu  desejo de dar uma paradinha nos meus escritos, em razão d’outros compromissos assumidos. A reação era imediata.  Tentava explicar-lhe, porem sem sucesso, mesmo assim continuava com as  minhas justificativas.
Ao ouvir com mais paciência os meus argumentos a saudosa amiga de olhos arregalados, de forma enfática repreendia-me: o quê seu Ignácio? Isso jamais! Não se atreva, viu? Você tem muita coisa a escrever sobre os problemas da nossa terra. Depois da reprimenda, mudávamos o assunto e a conversa continuava.  
Mesmo assim, não obstante a injeção de animo da  amiga,  continuo a me perguntar: devo andar um pouco mais devagar ou não? Um lado, diz-me que sim, outro, me diz que não. Com serenidade estou a administrar esse incomodo conflito. Em razão de tudo isso, sou instado a fazer experimentos, no sentido de me testar longe das teclas da minha preciosíssima máquina. Confesso que, pra mim é dificílimo passar pelo menos um dia longe dela.
Parar geral? Isso não porque não consigo me acostumar. Há outra complicação a considerar. Depois de tanto tempo familiarizado com a minha máquina considero-me um dependente químico/eletrônico, sem a menor possibilidade de cura, pelo menos, à médio prazo. Mas, mesmo assim, essa coisa não me impede de continuar a pensar no projeto de caminhar mais a vagar, noutras palavras, quero dizer, reduzir gradativamente a produção de textos.
Tenho no portifólio uma reserva de 50 textos que me permite passar algum tempo de pernas pro ar, dedicando-me um pouco mais a Catequese Catecumenal, ler com mais tranqüilidade os jornais da minha preferência, folhear bons livros, degustar o meu sagrado vinho nos finais de semana, além de desfrutar d’outros prazeres que a vida ainda me permite.
Repito: tenho cinqüenta textos armazenados na minha máquina. Isso significa dizer que por dois anos continuarei a remetê-los, regulamente, para os portais que generosamente, estão a divulgá-los. Com esse material estocado, com certeza posso caminhar um pouco mais a vagar.  
Quero aproveitar o meu tempo da melhor forma possível de tal sorte que me sinta ajustado à exata dimensão do espaço que me está disponível. Sempre fui escravo do tempo em razão dos meus trabalhos como professor e economista. Hoje, como privilegiado ocioso, aspiro apenas ser um homem livre, qual um Condor que, em vôo solitário, lá das alturas deslumbra-se ao mirar as encantadoras silhuetas da Cordilheira dos Andes.
Reconheço que não tenho mais asas para ousados vôos. Mas, confesso que ficaria muito feliz se conseguisse, mesmo em baixa altura, realizar um voozinho, desde que me fosse possível mirar, lá do alto, o lugar mais fascinante e belo que Deus pôs na face da terra: a terrinha querida.
Este velho burgo, por razões explicáveis, faz-me um Ser racionalmente telúrico. Guardo-o cuidadosamente no fundo do coração, qual uma relíquia intocável, uma vez que, nem o tempo, nem a distancia foi capaz de apagar da memória o perfil do seu povo, bem como as ruas e vielas por onde transitei nos anos dourados da minha vida.
Ao retomar a questão da paradinha, tenho certeza  plena de que não estou só nesta empreitada. O meu Anjo da Guarda Cessa, com certeza estará atenta a acompanhar-me nesta difícil decisão. Tenho certeza de que, vez por outra a amiga sussurrará ao meu ouvido a  falar-me: não pare Ignácio! Em vez de parar caminhe mais devagar, ouviu? Mais uma vez, ante a reprimenda da amiga posso até pensar em escrever apenas um texto por mês. Basta-me? Não sei.
Na busca de um alento, a fim de minimizar a minha inquietação revisito obra-prima do pensador político Nelson Werneck Sodré, Oficio do Escritor. Nele revejo antigas e belas lições direcionadas aos que se preocupam com a questão político/social nas matérias que escrevem.
Quem escreve, por dever de ofício, deve estar comprometido com os interesses maiores da sociedade, em particular quando se trata de temas que dizem respeito aos anseios dos segmentos menos favorecidos. O compromisso de levar a verdade política/social ao conhecimento do povo, pra mim, funciona como se fosse uma prisão a céu aberto que me perturba quando penso que um dia vou parar geral.  Esta é a minha grande trava.
As minhas inquietudes remetem-me a lembrança de que o ato de escrever sempre fez parte do meu cotidiano. Como economista, no exercício da atividade, não tinha como deixar de escrever. Escrevi até demais, mas, não falava a linguagem do povo. Falava sim, a linguagem dos economistas a serviço do poder, ilegalmente constituído.
Durante tempo que passei no exercício da atividade, naquela quadra difícil, dei-me por conta de que os economistas, nem sempre estavam a escrever o que realmente pensavam. Em razão disso nossos escritos, pareciam coisas de uma casta pensante, que se fazia visível, naquele momento de obscuridade político/institucional.  
Quando comecei a escrever fora desse contexto, confesso que tive algumas dificuldades de adaptação. Com o tempo superei essas barreiras, mas, vez por outra tenho uma recaída. Mesmo assim reconheço que, com o passar do tempo, muita coisa melhorou. Mas, apesar dos pesares, algumas vezes chego a pensar que já cheguei ao meu limite. È este o nó górdio da questão.
Repito, quando revisito as lições do autor do Oficio do Escritor, lembro-me da preocupação de Cessa, entro em estado de catalepsia: sinto-me um morto vivo. Mesmo assim ponho-me a perguntar: ora se o saudoso Barbosa Lima Sobrinho escreveu até aos 103 anos, por que então, na minha pequenez, não posso prosseguir um pouco mais?
Quando o saudoso Mestre Celso Furtado escreveu a Fantasia Desfeita, cheguei a pensar que o Mestre iria parar por aí. Ledo engano. Na seqüência daquela obra publicou outros tantos documentos, com a mesma lucidez dos tempos passados, quando se projetou para o mundo como o mais inteligente e lúcido economista latino americano.
Na verdade, não tenho a dimensão intelectual do meu saudoso Mestre. Assim sendo, nada tenho a escrever para prenunciar uma possível retirada de cena. Somente  de uma coisa tenho a falar: continuo na dúvida. Ponha dúvida nisso!!!!. 
Apesar dos conflitos que estou a viver, nos momentos mais aflitivos, vez por outra pergunto: Cadê você Cessa? Em resposta, escuto uma voz, qual um eco vindo lá do infinito, a falar-me: isso jamais Ignácio!!! Isso jamais!!!  Quando essa reprimenda era-me aplicada, entendia que se tratava de uma ordem e não de um simples pedido.
E agora sem Cessa, nas minhas idas e vindas a Pombal, resta-me lembrar das nossas conversas sobre as coisas ruins e boas que aconteceram e estavam a acontecer na terrinha, ou mesmo a nível estadual, nacional, sob o olhar atento do amigo Bibia.
Nada mais a falar, pois, ao sentir-me qual um adormecido cataléptico, no pequeno espaço de tempo que me resta pra pensar, não consigo libertar-me desta dúvida atroz:  qual seja, parar geral ou continuar devagar e sempre? E você o que é que acha?
João Pessoa,   29     de  Junho   de 2011
*Economista e Escritor pombalense

terça-feira, 28 de junho de 2011

Dr Anibal anuncia pré-candidatura a prefeito de Sapé para 2012

O deputado estadual Aníbal Marcolino (PSL) anuncia pré-candidatura à prefeitura de Sapé, na Região do Brejo paraibano. Com a saída da Assembleia Legislativa quem assume a vaga é o primeiro suplente Mikika Leitão (PSL).

“Como tive uma boa votação no município resolvi lançar minha candidatura. E pretendo formar parceria com a ex-prefeita Luiza (PMDB), ela deve indicar o vice-prefeito que vai compor nossa chapa”, explica.

Aníbal ressaltou ainda que deixa o cargo na ALPB, mas coloca em sua vaga um político capacitado e merecedor da vaga. “Mikika é o primeiro suplente e o partido não terá nenhuma perda com a minha saída. Vamos manter o mesmo compromisso e a quantidade de parlamentares na Casa de Epitácio Pessoa”.

PB Agora

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ministro Antonio Palocci pede afastamento do cargo

O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, deixou o cargo nesta terça- feira (6), quase um mês após a publicação de uma reportagem pelo jornal “Folha de S.Paulo” segundo a qual ele teve o patrimônio aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010.
Segundo o blog de Cristina Lôbo, a cotada para assumir o cargo no lugar de Palocci é a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A saída de Palocci foi comunicada por meio de uma nota divulgada pela Casa Civil. O ministro, que ficou pouco mais de seis meses no cargo, é o primeiro a deixar o ministério no governo da presidente Dilma Rousseff.
Nesta segunda (7), o procurador-geral da República determinou o arquivamento dos pedidos de partidos de oposição para que investigasse Palocci área criminal. Como ministro de Estado, Palocci tem foro privilegiado e somente o PGR pode investigá-lo na esfera penal.
A íntegra da nota divulgada pela Casa Civil é a seguinte:
"O ministro Antonio Palocci entregou, nesta tarde, carta à presidenta Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo.
O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta.
Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento."
Patrimônio
Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, Palocci teria recebido R$ 20 milhões somente em 2010, por meio da Projeto, empresa da qual é proprietário e que prestava serviços de consultoria a empresas. Segundo o ministro, ele firmou contratos entre 2006 e 2010 com empresas que consideraram “útil” a experiência dele como ministro da Fazenda entre janeiro de 2003 e março de 2006, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o jornal, metade dos R$ 20 milhões que a empresa de Palocci faturou em 2010 foi obtida nos últimos meses do ano, quando ele participava do governo de transição. Segundo o ministro, isso ocorreu em razão da quitação antecipada de contratos em vigor. O ministro informou que os contratos foram interrompidos depois que ele aceitou convite para integrar o ministério de Dilma.
Depois, outras reportagens apontaram que clientes de Palocci teriam feito negócios com empresas públicas e que um dos clientes foi supostamente beneficiado em uma operação de restituição de imposto de renda junto à Receita Federal, subordinada ao Ministério da Fazenda, pasta que Palocci comandou em 2006.
Na última sexta-feira (3), Palocci concedeu entrevista à TV Globo, a primeira manifestação pública desde que reportagens sobre o aumento do seu patrimônio e suposto tráfico de influência começaram a ser publicadas. Integrantes de partidos da base do governo e da oposição cobravam explicações do ministro.
Na entrevista, Palocci negou que tenha feito tráfico de influência. “Não fiz tráfico de influência, não fiz atuação junto a empresas públicas representando empresas privadas”, disse. O ministro não informou a lista de clientes da Projeto nem quanto teria faturado porque, segundo ele, não poderia expor as empresas em um ambiente político “conturbado”.
Ele afirmou ainda que não poderia apresentar os nomes dos clientes para não prejudicá-los. “Não acho justo expor empresas num ambiente político conturbado, num ambiente de conflito. Se empresas forem feridas com isso, a perda em relação a sua imagem, etc, ninguém pode repor. Então eu prefiro assumir pessoalmente a explicação dessas coisas do que expor uma série de pessoas e empresas.”
Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Palocci disse que, antes de assumir a Casa Civil, não relatou à presidente Dilma Rousseff quais eram as empresas para as quais havia prestado serviços de consultoria.
G1