Servidor denuncia novo esquema de empresas fantasmas em Cabedelo

Cabedelo - PB - Um esquema que envolveu empresas fantasmas e laranjas e consumiu cerca de R$ 5 milhões da prefeitura de Cabedelo nos últimos três anos é o foco principal de mais uma denúncia contra a atual administração do município. De acordo com os documentos levantados pelo ex-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cabedelo, Sandro Batista, o prefeito José Régis gastou exatos R$ 4.962.248,25 com empresas fantasmas para obras e serviços na cidade. Algumas das empresas foram criadas um mês após a posse de Régis na prefeitura. Outras não podem ser encontradas nos endereços informados à Receita Federal. O esquema, segundo Sandro Batista, envolve familiares e aliados políticos do prefeito, a exemplo do vereador Tercinho e do ex-vereador Alberto Magno. “É mais um escândalo que envergonha nossa cidade e que deve ser apurado pelas autoridades”, disparou o sindicalista. De acordo com a denúncia, oito empresas ligadas e pessoas aliadas politicamente ao prefeito Zé Régis estariam sendo beneficiadas com repasse de recursos da prefeitura. Algumas delas, de acordo com Sandro, funcionam apenas com fachada, tendo “laranjas” do prefeito como proprietários. É o caso da L R M Construções e Empreendimentos LTDA que, segundo ele, só existe no papel e, mesmo assim, chegou a receber R$ 80 mil da prefeitura. A LRM tem como dono oficial GIlvan Oliveria Lima do Rego Monteiro, o Gil, amigo de infância de Fabrício Régis, filho do prefeito. Já as empresas Construtora e Empreendimentos Senna LTDA- SEVCOM e Construtora Transamazônica LTDA foram criadas um mês depois da posse de Régis na prefeitura. A Transamazônica tem como dono outro amigo de infância do filho do prefieto, Wlisses Alves Nóbrega, e funciona no endereço me que mora o ex-vereador Alberto Magno, do PTD, partido de Zégis. As empresas Arco Íris Construtora e D.R. Projetos participam de licitações por meio de carta convite juntas. O curioso e elas apresentam o mesmo endereço: Rua Primeiro de Maio, Jaguaribe, Centro de João Pessoa. No local, nada de construtoras. Apenas lojas de roupas e de animais de estimacao. “E ainda se não bastasse, algumas dessas obras foram sequer realizadas, e as que foram feitas, tiveram o resultado muito aquém do que o esperado pela população”, declarou Sandro Batista. Na próxima semana, ele vai encaminhar a denúncia para a Câmara dos Vereadores, pedindo a abertura de novo processo de afastamento de Zé Régis. O prefeito já está sendo investigado pela Polícia Federal e será julgado pelo Tribunal Regional Federal por outras irregularidades apontadas na administração. Sandro Batista quer levar ainda a nova denúncia para os Ministérios Públicos Federal e Estadual, para os Tribunais de Contas do Estado e da União e para Polícia Federal.